A História: Uma nave terrestre, que transporta uma
colónia de humanos rumo a um novo planeta, interrompe a sua trajectória para
investigar o sinal vindo de um planeta remoto. Aí, encontram o androide David e
uma ameaça extraterrestre que os força a lutar pela sua sobrevivência.
Os Actores: Michael Fassbender é irrepreensível no
papel duplo dos androides David e Walter. Esse excelente actor cria duas
personalidades completamente distintas e, quando contracena consigo próprio, o
filme ganha uma dimensão quase shakespeariana. Infelizmente, o restante elenco
é pouco mais que carne para canhão, criando um grupo de personagens
desinteressantes e sem carisma. No papel da heroína, Katherine Waterston não me
convenceu e a sua cara de bebé-chorão não encaixa bem neste universo. Quanto a
Billy Crudup tem, como o fraco e meio aparvalhado chefe da tripulação, a pior
interpretação da sua carreira.
O Filme: Meu querido Ridley Scott, por favor
deixa o universo do ALIEN em paz e dedica-te a outras coisas. O presente filme
parece uma colagem tipo “momentos altos” do ALIEN e ALIENS, mas com resultados
bastante inferiores. O melhor é o lado visual, muito inspirado na obra de H. R.
Giger e é uma pena que não seja mais bem explorado. A história segue-se sem
emoção ou suspense, com uma cena quase épica pelo meio (a destruição da
civilização do planeta). Se estão à espera de explicações relativas ao filme
anterior, PROMETHEUS, esqueçam; acho que, como eu, vão ficar ainda com mais
perguntas. O gore por vezes exagerado e a atitude histérica de alguns dos
personagens também não ajuda a criar ambiente. Tenho saudades da simplicidade
da história dos dois primeiros filmes da série e dispensava as teorias
filosóficas das prequelas. Consta que vem aí mais um, pode ser que desta vez
Ridley Scott se afasta da cadeira de realizador e deixe sangue novo pegar na
saga. O ALIEN merece melhor e nós também.
Classificação: 4 (de 1 a 10)
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