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Friday, September 15, 2023

O VAMPIRO NEGRO (Blacula) de William Crain

Continuando a minha viagem pelas minhas primeiras sessões de cinema de terror à meia-noite, depois de 
A IMAGEM DO MEDO e A ILHA DO TERROR, foi a vez de O VAMPIRO NEGRO, a que se seguiram A FÚRIA DO ASSASSINODRÁCULA - O PRÍNCIPE DAS TREVAS e A CAVERNA DO TERROR.
Se não tivesse sido a comédia ABBOTT E COSTELLO E OS MONSTROS, onde Bela Lugosi fazia de Drácula, este teria sido o meu primeiro filme de vampiros. Tal como os dois títulos que mencionei no início, vi-o com os meus pais numa sessão da meia-noite no extinto cinema Lumiar.

Com a ajuda do IMDB, para me reavivar e memória, o filme começa com a visita do Príncipe Mamuwalde e sua amada à Transilvânia, onde pretendem a ajuda de Drácula para combater a escravidão no seu país. Só que este tem outras ideias e (disto lembro-me bem) transforma o Príncipe num vampiro e enterra-o vivo com a sua amada. Tudo isto acontece em 1780.

Avançamos no tempo e chegamos a 1972. Um casal gay, muito bicha, vai à Transilvânia comprar antiguidades e entre estas adquirem o caixão do Princípe. Quando abrem este em Los Angeles, o Principe, agora transformado em Blacula, ataca-os. Mais tarde este vê uma moça de nome Tina, que é igual à sua falecida amada, e pretende transformá-la na sua noiva. Entretanto o casal gay, rapidamente transformados em vampiros, precisam de saciar a sua sede (outra cena de que me recordo bem) e começam a espalhar o vírus pela cidade.

A par de SHAFT, este filme é um dos melhores e mais famosos exemplos do “Blaxploitation”. Na altura não fazia a mínima ideia que este filme fazia parte desse género, nem que tal coisa existia. Para quem não saiba, passo a explicar o conceito do “Blaxploitation”. Basicamente, foi um género ou movimento cinematográfico que apareceu nos Estado Unidos dos anos 70, onde, desculpem se isto soa racista, eram produzidas versões “negras” de filmes de brancos. De forma simplificada, os papéis principais eram interpretados por actores negros e os brancos eram sempre personagens secundários. O público alvo era a comunidade negra norte-americana e a sua influência pode ser encontrada em filmes mais recentes como o JACKIE BROWN de Quentin Tarantino.

Voltando a este BLACULA, lembro-me que, no papel principal, William Marshall dava um ar shakespereano ao personagem, o que dava ao seu vampiro uma dignidade clássica. Ao contrário do que é costume nos filmes de vampiros, aqui uma simples mordidela transformava as vítimas rapidamente em vampiros e na altura gostei do que vi. O filme viria a ter uma sequela, SCREAM BLACULA SCREAM, mas ainda não a vi. Hoje um filme destes seria considerado politicamente incorrecto e tenho saudades dos tempos em que isso não acontecia.











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