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Sunday, May 12, 2024

ABIGAIL de Matt Bettinelli-Olpin & Tyler Gillet

O trailer deste filme revela demasiado, mas na verdade o  assunto do filme é uma miúda bailarina que é na realidade uma vampira sedenta de sangue; claro que os seus raptores se vão arrepender de se terem metido com ela e a sua família.

A acção custa um bocadinho a arrancar, mas depois é pura diversão entre banhos de sangue e gargalhadas. O cenário é fantástico e a jovem Alisha Weir (que também entra no PEQUENAS CARTAS MALVADAS) dá-nos uma inocentemente diabólica vampira. O resto do elenco aguenta-se bem e, felizmente, ninguém se leva a sério. Os fãs do género, como eu, vão gostar!

Classificação: 6 (de 1 a 10)

 

Wednesday, March 20, 2024

AS MATINÉS DO MEDO - PARTE 4: O ABOMINÁVEL DR. PHIBES (The Abominable Dr. Phibes) de Robert Fuest

O ABOMINÁVEL DR. PHIBES (The Abominable Dr. Phibes) de Robert Fuest – GB/1971

Elenco: Vincent Price, Joseph Cotten, Virginia North, Terry-Thomas, Sean Bury, Susan Travers, David Hutcheson, Edward Burnham, Alex Scott, Peter Gilmore • Argumento: James Whiton & William Goldstein • Produção: AIP / Samuel Z. Arkoff & James H. Nicholson • Realizador: Robert Fuest

Este filme, de que também não consegui arranjar o cartaz da estreia em Portugal, foi o quarto do ciclo do Palácio Foz em Setembro de 1977. Antes vi QUE DEMÓNIOS SE OCULTAM NA ESCURIDÃO (Who Slew Auntie Roo), COBRAS VENENOSAS (Sssssss), LUA VERMELHA (Asylum / House of Crazies) e, no dia a seguir, foi a vez de A LENDA DA CASA ASSOMBRADA (The Legendo of Hell House).

Em passos largos, a história era muito simples. A equipa médica responsável pela morte, durante uma cirurgia, de uma tal Victoria Phibes começa a ser assassinada segundo as pragas bíblicas do Egipto. Será que o seu marido, Dr. Phibes, que morreu nesse dia num acidente automóvel enquanto se dirigia para o hospital, é o responsável pelos crimes? Como podem imaginar pelo título, sim, é ele o responsável!

O grande trunfo deste filme será sempre a presença de Vincent Price, um dos maiores nomes do cinema de Terror e que aqui encontrou um papel à altura do seu talento. As primeiras vezes que me recordo de ter visto Price foi quando o A MOSCA (The Fly) original passou na televisão e, também no Palácio Foz em 1977, na comédia O GATO MIOU TRÊS VEZES (A Comedy of Terrors).  Mais tarde viria a descobrir a sua enorme filmografia, com destaque para os filmes baseados nas obras de Edgar Allan Poe e para O CAÇADOR DE BRUXAS (Witchfinder General). Para as gerações mais novas fica a informação que a voz inconfundível que narra o famoso THRILLER de Michael Jackson é a de Price e um dos seus últimos papéis foi como o  criador do EDUARDO MÃOS DE TESOURA (Edward Scissorhands).

Voltando a este Dr. Phibes, que viria a ter uma sequela que ainda não vi, lembro-me que não metia medo e nem se levava muito a sério. Acima de tudo era divertido, muito colorido e gostei de toda a encenação muito teatral do “covil” de Dr. Phibes. Verdade, o Dr. Phibes de Vincent Price era maior que a vida, mas ninguém o leva a mal por isso, muito antes pelo contrário! A seu lado, o veterano Joseph Cotten era o lado mais sério da história e Virginia North a bonita assistente de Phibes.

Hoje já não se fazem filmes destes, o que é uma pena, mas provavelmente não seriam muito bem aceites pelas novas gerações. Quem sabe, um dia alguém decida reviver este Dr. Phibes; numa altura em que o cinema do género (e no geral) parece não ter ideias novas, uma reinvenção séria até poderia ser interessante, o único problema é que não há ninguém como Vincent Price.











Saturday, March 16, 2024

AS MATINÉS DO MEDO - PARTE 3: LUA VERMELHA (Asylum / House of Crazies) de Roy Ward Baker

LUA VERMELHA (Asylum / House of Crazies) de Roy Ward Baker  – ING/1973

Elenco: Robert Powell, Patrick Magee, Barbara Parkins, Richard Todd, Sylvia Syms, Peter Cushing, Barry Morse, Ann Firbank, John Franklyn-Robbins, Britt Ekland, Charlotte Rampling, James Villiers, Megs Jenkins, Herbert Lom, Geoffrey Bayldon • Argumento: Robert Bloch • Produção: Amicus / Max Rosenberg & Milton Subotsky • Realizador: Roy Ward Baker

Com muita pena minha não tenho o cartaz da estreia deste filme em Portugal, pode ser que um dia eu o consiga encontrar... Este, LUA VERMELHA, foi o terceiro título do ciclo dedicado ao terror que passou no Palácio Foz em Setembro de 1977, os outros foram: QUE DEMÓNIOS SE OCULTAM NA ESCURIDÃO (Who Slew Auntie Roo), COBRAS VENENOSAS (Sssssss), O ABOMINÁVEL DR. PHIBES (The Abominable Dr Phibes) e A LENDA DA CASA ASSOMBRADA (The Legendo of Hell House).

 Ao contrário do que eu pensava, apesar do título, nada tinha a ver com lobisomens e era aquilo a que se chama um filme de “antologia”, ou seja, contava quatro histórias “embrulhadas” por um conceito geral. Neste caso, se bem me lembro (e o IMDB dá sempre uma ajudinha) um jovem psiquiatra (Robert Powell) a fim de conseguir trabalho num manicómio tem que entrevistar quatro dos pacientes que lá residem e cada um conta-lhe a razão de ali estar:

“Frozen Fear” (Medo Congelado) – um marido (Richard Todd) combina com a sua amante (Barbara Parkins) matar a sua esposa (Sylvia Syms). Para se ver livre do corpo corta-o aos pedaços, que embrulha em papel e depois mete-os numa arca congeladora, só que a esposa não tem muita vontade de estar morta;  

“The Weird Taylor” (O Alfaiate Estranho) – um alfaiate (Barry Morse) falido aceita a encomenda do Sr. Smith (Peter Cushing) para fazer um casaco com um estranho material, mas quando, após o trabalho feito, este lhe diz que não tem dinheiro para lhe pagar e o alfaiate percebe que o fato é para vestir o corpo do falecido filho de Mr. Smith, os dois lutam e o alfaiate acabar por levar o fato de volta para casa onde a sua esposa (Ann Firbank) coloca-o num manequim que ganha vida com terríveis sequências;

“Lucy Comes to Stay” (Lucy Veio para Ficar) – o irmão (James Villiers) de uma paciente (Charlotte Rampling) leva-a de volta para casa, mas quando esta fica sozinha é visitada por Lucy (Britt Ekland), que a desafia para fugirem as duas e quando o irmão regressa mata-o para que este não se meta no seu caminho, mas será que Lucy existe mesmo?

“Mannikins of Horror” (Manequins do Terror) – o último paciente (Herbert Lom) afirma que é um médico e diz que construiu um boneco orgânico para o qual pode transferir a sua alma.

Quanto ao jovem psiquiatra, tem uma má surpresa à sua espera por parte do Dr. Rutherford (Patrick Magee), o diretor do manicómio.

Na altura que vi este filme, duvido que soubesse a importância que a produtora Amicus tinha no género terror. Uns meses antes, também numa sessão no Palácio Foz, tinha visto outro título da Amicus, A CASA QUE ESCORRIA SANGUE (The House That Dripped Blood), que tal como este, utilizava o formato de antologia para nos contar várias histórias. Este tipo de filmes era a especialidade da Amicus, que era a principal concorrente da famosa Hammer.

Quanto a este LUA VERMELHA, gostei imenso, principalmente do primeiro (que continua bem viva na minha memória, com a cabeça embrulhada em papel a respirar) e do último segmento (lembro-me do boneco a ser esborrachado, ou será que sonhei?). Revi-o anos mais tarde e continuei a gostar e aconselho-o a todos os fãs do género. Mais que não seja, tem um elenco de fazer inveja, com destaque para os veteranos do terror Peter Cushing, Herbert Lom, Patrick Magee, para as beldades Barbara Parkins, Britt Ekland e uma muito jovem Charlotte Rampling; por fim, no papel do jovem psiquiatra, temos Robert Powell que, anos mais tarde, viria a ficar para sempre associado ao papel de Jesus de Nazaré na famosa versão de Franco Zeffirelli. Só mais uma coisa, o argumento é da autoria de Robert Bloch, autor da novela que serviu de base ao PSICO de Alfred Hitchcock.


















Tuesday, March 12, 2024

AMIGO IMAGINÁRIO (Imaginary) de Jeff Wadlow

A História: Uma autora de contos infantis regressa à casa da sua infância na companhia do seu companheiro e das duas filhas deste. Aí acaba por descobrir que o amigo imaginário da filha mais nova é o mesmo que ela teve quando era miúda e que este é tudo menos amigável.

O Elenco: No papel principal, DeWanda Rose tem carisma para aguentar o filme, já Taegen Burns e Pyper Braun não me convenceram como as filhas. Mas gostei de ver Betty Buckley como a antiga ama, ela que já foi a professora de Carrie no original de Brian DePalma.

O Pior do Filme: O ursinho nunca é assustador

O Melhor do Filme: A cena de abertura é a única que funciona no campo do terror, mas sabe a pouco.

Veredicto Final: A ideia de existir um mundo onde os sonhos que criamos quando somos crianças se tornam realidade é boa e cheia de possibilidades, mas faltou imaginação aos responsáveis por este AMIGO IMAGINÁRIO. O filme arrasta-se sem interesse por quase duas horas (o filme parece mais longo do que aquilo que é), a acção custa a arrancar e o suspense é nulo. Duvido que este ursinho venha a ter uma sequela, mas tudo depende do dinheiro que fizer na bilheteira. Muito fraquito! Tenho saudades de um filme que me meta medo...

Classificação: 3 (de 1 a 10)




Wednesday, January 24, 2024

A SEMENTE DO MAL (Amelia’s Children) de Rodrigo Moreno

A História: Um jovem americano descobre que a sua família biológica é portuguesa e que tem um irmão gémeo. Assim, com a sua namorada, vêm visitar a sua família num velho casarão no norte de Portugal, mas algo de estranho e malévolo os espera...

O Elenco: Um número reduzido de actores convence nos personagens, com Carloto Cotta a ir bem como os gémeos de personalidades diferentes e Brigette Lundy-Paine como a sua desconfiada namorada. Anabela Moreira é a estranha mãe, cuja última operação plástica não correu muito bem.

O Pior do Filme: A cena interminável em que a mãe dança com os gémeos.

O Melhor do Filme: O emocionante clímax.

Veredicto Final: Um bom filme do género que prende a atenção e me fez lembrar o cinema de terror italiano dos anos 70/80. Gostava que o realizador tivesse explorado mais o fabuloso casarão, bem como a história da bruxa de Goya, mas o filme tem tensão e atmosfera suficiente e Rodrigo Moreno parece-me ser um nome a seguir.

Classificação: 6 (de 1 a 10)




ÁGUAS NEGRAS (Night Swim) de Bryce McGuire

A História: Uma família muda-se para uma nova casa, sem saberem que a piscina da mesma é habitada por uma força malévola que se vai apoderando do pai.

O Elenco: Wyatt Russell é fraquito como o pai possuído, mas Kerry Condon vai muito bem como a mãe de família que tem que lutar pela sobrevivência dos seus filhos.

O Pior do Filme: A sequência da festa da piscina é uma decepção, podia ter sido muito boa.

O Melhor do Filme: A cena em que a mãe tenta salvar o filho dos demónios da piscina.

Veredicto Final: Se a ideia de mergulharem numa piscina escura vos assusta, este filme não é para vocês. O realizador Bryce McGuire consegue tornar a piscina em algo ameaçador e a ideia de uma fonte de águas curativas que exige um sacrifício de vez em quando, tem a vantagem de ser original.

Classificação: 6 (de 1 a 10)




Friday, September 15, 2023

A FÚRIA DO ASSASSINO (Alla Ricerca del Piacere / Amuck / Hot Bed of Sex) de Silvio Amadio

O quarto filme dos seis que vi, mais ou menos seguidos, nas sessões da meia-noite do cinema Lumiar, foi também o meu primeiro “giallo”; claro que na altura não só não conhecia o termo, como não fazia a mínima do que o mesmo significava. Hoje em dia, praticamente todos sabemos que é um termo que serve para designar thrillers de mistério e terror “made in Italy”, onde há sempre jovens desnudadas, um assassino à solta e vários suspeitos.

Neste filme, uma bela loira (Barbara Bouchet) vai trabalhar como secretária para casa de um escritor (Farley Granger), mas na realidade o que ela pretende é investigar o que aconteceu à sua amiga/amante, que desapareceu sem rasto na mesmo cargo que ela agora exerce. Depressa se vê alvo da atenção sexual do escritor, bem como da sua esposa (Rosalba Neri), ao mesmo tempo que percebe que pode ser a próxima vítima do assassino.

Acho que, até então, nunca tinha visto tantas mamas num filme, mas a sua componente erótica assim “obrigava”. Quem não achou muita piada foram os meus pais que, juntamente com um casal de primos, me acompanharam nessas sessões. Mas do que me recordo melhor foi o filme me deixar os nervos em frangalhos com a sua forte componente de suspense e, claro, estava a torcer pela vida da jovem protagonista.

Não sei se o filme sobreviveu ao teste do tempo ou se será demasiado datado com o seu vibe anos 70, mas é uma sessão que recordo com saudade e tenho alguma curiosidade em revê-lo, ao mesmo tempo receio que isso possa matar esta bela memória cinéfila.

E já lá vão quatro dos seis filmes que vi. Os anteriores foram A IMAGEM DO MEDOA ILHA DO TERROR e O VAMPIRO NEGRO. Faltam dois: DRÁCULA - O PRINCÍPE DAS TREVAS e A CAVERNA DO TERROR.









Saturday, October 3, 2020

MOTELx 2020: UMA CRÓNICA PESSOAL

Nos últimos 14 anos, religiosamente, em Setembro, dedico uns dias de férias ao MOTELx. Este ano, pensei que, por causa do COVID, o Festival não se iria realizar, mas ainda bem que me enganei. Infelizmente, não pude pôr uns dias de férias, mas mesmo assim não deixei de ir praticamente todas as noites ao Festival.

Cada vez mais o género Terror vai abrindo as suas fronteiras, abrangendo os mais diversos temas e explorando-os de formas que os outros géneros não fazem. O Terror sempre serviu para experimentações, para esticar os limites do que pode ser mostrado, para provocar o público, sempre debaixo da “desculpa” que é tudo uma fantasia, sendo também território de estreia para muitos realizadores e actores.


Este ano, a lista de filmes variou, entre outras coisas, pelo sobrenatural, os monstros, o terror psicológico, o racismo e a ficção científica. Sem me alongar mais, aqui fica a minha opinião sobre os filmes que vi.

 


AMULET de Romola Garai – 4


Um ex-soldado que vive como um mendigo nas ruas de Londres, é escolhido por uma freira para ajudar uma pobre jovem que cuida sozinha da sua mãe moribunda, mas algo de sinistro se passa com a mãe dela. 


Para a sua estreia como realizadora, a actriz Romolo Garai dá-nos um filme carregado de ambiente, muito estranho e que termina em pirosice. O elenco não é mau, principalmente a pequena grande Imelda Staunton como a freira. Quem apresentou o filme no Festival tinha razão, por vezes faz lembrar o cinema de Roman Polanski e do Ken Russell, mas a comparação não lhe é favorável.

 



ANTEBELLUM de Gerard Bush & Christopher Renz – 7


Veronica é uma autora de sucesso e defensora dos direitos dos negros. Isso leva a que seja escolhido por uns racistas ricalhaços para a sua plantação de escravos. É nessa realidade paralela que ela vai ter que lutar pela sua sobrevivência. 


Imagino que este filme vai ter o efeito de bomba nos Estados Unidos, com a forma como mostra o racismo de que os negros ainda sofrem nas mãos de sulistas racistas que simplesmente os odeiam. Mais drama que filme de terror, aqui os medos são reais e é chocante a forma como os negros são tratados nesta pseudo plantação. Claro que somos manipulados a estar do lado de Veronica e não há mal nenhum nisso. A história, com as suas reviravoltas, prende-nos ao écran e o clímax é eficaz. No papel de Veronica, Janelle Monâe revela-se uma excelente atriz e deu-me um enorme gozo odiar a personagem interpretada por Jena Malone. Nos tempos que correm, não me admirava que a história do filme pudesse ser uma assustadora realidade. A ver!

 


LLORONA, LA de Jayro Bustamante – 3


Guatemala. Um ditador paranoico fecha-se na sua mansão com a sua família e criadagem, enquanto cá fora o povo exige o seu castigo. Dentro da mansão, uma nova criada não é o que parece e os crimes do ditador não irão ficar impunes.


O mito da “Llorona” está de volta, desta vez resultando mais num drama do que num filme de terror. O ritmo é lento e pouca coisa acontece, mas o final tem algumas surpresas que me agradaram, sem, no entanto, salvarem o filme para mim.

 


MALASAÑA 32 de Albert Pintó – 6


Uma família muda-se para um apartamento na cidade e depressa descobre que este está assombrado e que a vida de todos corre perigo de morte.


O ambiente está cá todo, os calafrios e os sustos funcionam. Tem suspense quanto baste e a história é interessante. Pena que o final seja exagerado e que o elenco, principalmente o masculino, não me convenceu. Mas o filme cumpre as suas funções no campo do terror.

 


PSYCHO GOREMAN de Steven Kostanski – 3


Dois irmãos ressuscitam, sem querer, uma criatura extra-terrestre que quer matar toda a gente. Felizmente, a miúda tem em seu poder um amuleto que lhe permite controlar a criatura, mas...


Há uns anos vi no MOTELX o filme THE VOID, do mesmo realizador e foi uma agradável surpresa, daí estar muito entusiasmado com este seu novo filme. Infelizmente, apesar da ideia ser engraçada, o resultado é uma série Z que depressa perde a graça, mesmo com os exageros de gore. O facto de a miúda ser insuportável e o elenco ser fraquito também não ajuda. Tem a seu favor uma criatura interessante, mas isso não chega para mim. Quem sabe, talvez se venha a tornar um filme de culto.

 


RELIC de Natalie Erika James – 7


Mãe e filha regressam a casa da avó, pois esta desapareceu sem deixar rasto. Uns dias depois reaparece, mas está estranha, a sua demência parece estar a consumi-la.


E se a demência fosse algo de físico? Se fosse uma coisa negra como o bolor, que se vai espalhando pelo nosso corpo e pelo local onde vivemos? É essa a pergunta que este tenso drama psicológico nos propõe. Em ambiente de casa assombrada, as protagonistas vão enfrentando uma espécie de mal hereditário e lidando com a velhice da avó. Três excelentes actrizes dão credibilidade às suas personagens e este foi, para mim, um dos filmes mais fortes do Festival. A não perder!

 



SAINT MAUD de Rose Glass – 7


Maud, uma jovem enfermeira com uma grande ligação a Deus, vai cuidar de uma bailarina debilitada e sente que, custe o que custar, tem que salvar a alma da sua paciente.


Mais um filme de terror psicológico, aqui de grande religiosidade e loucura. Maud (uma fantástica M;orfydd Clark) acredita piamente que Deus fala com ela e esta sua loucura deturpa a realidade que a envolve, com resultados dramáticos para todos. Rose Glass, a realizadora, mantém a tensão do início ao fim e a sua escolha de nos contar a história pelos olhos de Maud foi acertada. Como a bailarina, Jennifer Ehle está óptima e o duelo dela com Maud sabe a pouco. E pensar que há gente maluca como a Maud por aí à solta! A última cena é muito forte, sem ser gratuita. 

 


SPUTNIK de Egor Abramenko – 4


Ao regressar do espaço, um astronauta traz, dentro de si, uma criatura que adora cabeças humanas, e cabe a uma cientista perceber como poderá separar os dois, sem que nenhum morra.


Da Estónia chega um filme que mistura terror e ficção científica, na linha de títulos como ALIEN e SPECIES. Até achei a história interessante e o elenco convincente, mas o ritmo é lento e o filme estica-se por quase duas horas. Não havia necessidade. Os maus da fita são mesmo maus, a heroína podia ser mais forte e o pobre do astronauta tem uma séria decisão a tomar; quanto à criatura, gostei dela e do seu apetite voraz.

 


TEDDY de Ludovic & Zoran Bourkherma - 5


Na França rural, um jovem é mordido por um animal e começa a sentir transformações no seu corpo. Entretanto, algo anda a matar as ovelhas da região.


Esta espécie de AN AMERICAN WEREWOLF IN LONDON tem alguma graça, principalmente porque tem um protagonista que não se leva a série e com uma linguagem muito colorida. A galeria de secundários é também muito caricatural, dando ao filme um ar meio desajeitado onde faz sentido existir um lobisomem. No entanto, o filme peca um bocado por não se decidir se quer ser uma verdadeira comédia ou um filme de terror, acabando por não ser nenhuma das coisas. Mas tem os seus momentos e não é chato.