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Saturday, March 16, 2024

AS MATINÉS DO MEDO - PARTE 3: LUA VERMELHA (Asylum / House of Crazies) de Roy Ward Baker

LUA VERMELHA (Asylum / House of Crazies) de Roy Ward Baker  – EUA/1973

Elenco: Robert Powell, Patrick Magee, Barbara Parkins, Richard Todd, Sylvia Syms, Peter Cushing, Barry Morse, Ann Firbank, John Franklyn-Robbins, Britt Ekland, Charlotte Rampling, James Villiers, Megs Jenkins, Herbert Lom, Geoffrey Bayldon • Argumento: Robert Bloch • Produção: Amicus / Max Rosenberg & Milton Subotsky • Realizador: Roy Ward Baker

Com muita pena minha não tenho o cartaz da estreia deste filme em Portugal, pode ser que um dia eu o consiga encontrar... Este, LUA VERMELHA, foi o terceiro título do ciclo dedicado ao terror que passou no Palácio Foz em Setembro de 1977, os outros foram: QUE DEMÓNIOS SE OCULTAM NA ESCURIDÃO (Who Slew Auntie Roo), COBRAS VENENOSAS (Sssssss), O ABOMINÁVEL DR. PHIBES (The Abominable Dr Phibes) e A LENDA DA CASA ASSOMBRADA (The Legendo of Hell House).

 Ao contrário do que eu pensava, apesar do título, nada tinha a ver com lobisomens e era aquilo a que se chama um filme de “antologia”, ou seja, contava quatro histórias “embrulhadas” por um conceito geral. Neste caso, se bem me lembro (e o IMDB dá sempre uma ajudinha) um jovem psiquiatra (Robert Powell) a fim de conseguir trabalho num manicómio tem que entrevistar quatro dos pacientes que lá residem e cada um conta-lhe a razão de ali estar:

“Frozen Fear” (Medo Congelado) – um marido (Richard Todd) combina com a sua amante (Barbara Parkins) matar a sua esposa (Sylvia Syms). Para se ver livre do corpo corta-o aos pedaços, que embrulha em papel e depois mete-os numa arca congeladora, só que a esposa não tem muita vontade de estar morta;  

“The Weird Taylor” (O Alfaiate Estranho) – um alfaiate (Barry Morse) falido aceita a encomenda do Sr. Smith (Peter Cushing) para fazer um casaco com um estranho material, mas quando, após o trabalho feito, este lhe diz que não tem dinheiro para lhe pagar e o alfaiate percebe que o fato é para vestir o corpo do falecido filho de Mr. Smith, os dois lutam e o alfaiate acabar por levar o fato de volta para casa onde a sua esposa (Ann Firbank) coloca-o num manequim que ganha vida com terríveis sequências;

“Lucy Comes to Stay” (Lucy Veio para Ficar) – o irmão (James Villiers) de uma paciente (Charlotte Rampling) leva-a de volta para casa, mas quando esta fica sozinha é visitada por Lucy (Britt Ekland), que a desafia para fugirem as duas e quando o irmão regressa mata-o para que este não se meta no seu caminho, mas será que Lucy existe mesmo?

“Mannikins of Horror” (Manequins do Terror) – o último paciente (Herbert Lom) afirma que é um médico e diz que construiu um boneco orgânico para o qual pode transferir a sua alma.

Quanto ao jovem psiquiatra, tem uma má surpresa à sua espera por parte do Dr. Rutherford (Patrick Magee), o diretor do manicómio.

Na altura que vi este filme, duvido que soubesse a importância que a produtora Amicus tinha no género terror. Uns meses antes, também numa sessão no Palácio Foz, tinha visto outro título da Amicus, A CASA QUE ESCORRIA SANGUE (The House That Dripped Blood), que tal como este, utilizava o formato de antologia para nos contar várias histórias. Este tipo de filmes era a especialidade da Amicus, que era a principal concorrente da famosa Hammer.

Quanto a este LUA VERMELHA, gostei imenso, principalmente do primeiro (que continua bem viva na minha memória, com a cabeça embrulhada em papel a respirar) e do último segmento (lembro-me do boneco a ser esborrachado, ou será que sonhei?). Revi-o anos mais tarde e continuei a gostar e aconselho-o a todos os fãs do género. Mais que não seja, tem um elenco de fazer inveja, com destaque para os veteranos do terror Peter Cushing, Herbert Lom, Patrick Magee, para as beldades Barbara Parkins, Britt Ekland e uma muito jovem Charlotte Rampling; por fim, no papel do jovem psiquiatra, temos Robert Powell que, anos mais tarde, viria a ficar para sempre associado ao papel de Jesus de Nazaré na famosa versão de Franco Zeffirelli. Só mais uma coisa, o argumento é da autoria de Robert Bloch, autor da novela que serviu de base ao PSICO de Alfred Hitchcock.


















Tuesday, March 12, 2024

AMIGO IMAGINÁRIO (Imaginary) de Jeff Wadlow

A História: Uma autora de contos infantis regressa à casa da sua infância na companhia do seu companheiro e das duas filhas deste. Aí acaba por descobrir que o amigo imaginário da filha mais nova é o mesmo que ela teve quando era miúda e que este é tudo menos amigável.

O Elenco: No papel principal, DeWanda Rose tem carisma para aguentar o filme, já Taegen Burns e Pyper Braun não me convenceram como as filhas. Mas gostei de ver Betty Buckley como a antiga ama, ela que já foi a professora de Carrie no original de Brian DePalma.

O Pior do Filme: O ursinho nunca é assustador

O Melhor do Filme: A cena de abertura é a única que funciona no campo do terror, mas sabe a pouco.

Veredicto Final: A ideia de existir um mundo onde os sonhos que criamos quando somos crianças se tornam realidade é boa e cheia de possibilidades, mas faltou imaginação aos responsáveis por este AMIGO IMAGINÁRIO. O filme arrasta-se sem interesse por quase duas horas (o filme parece mais longo do que aquilo que é), a acção custa a arrancar e o suspense é nulo. Duvido que este ursinho venha a ter uma sequela, mas tudo depende do dinheiro que fizer na bilheteira. Muito fraquito! Tenho saudades de um filme que me meta medo...

Classificação: 3 (de 1 a 10)




Monday, February 26, 2024

AS MATINÉS DO MEDO - PARTE 2: COBRAS VENENOSAS (Sssssss) de Bernard L. Kowalski

COBRAS VENENOSAS (Sssssss) de Bernard L. Kowalski – EUA/1973

Elenco: Strother Martin, Dirk Benedict, Heather Menzies, Richard B. Shull, Tim O’Connor, Jack Ging, Kathleen King, Reb Brown • Argumento: Hal Dresner & Daniel C. Striepeke • Produção: Richadr D. Zanuck & David Brown • Realizador: Bernard L. Kowalski

O cartaz da estreia em Lisboa, em 1974, com uma cobra a sair da boca de uma mulher, fascinou-me e fiquei sempre com vontade de ver o filme. Consegui finalmente vê-lo em 1977, numa matiné no Palácio Foz. Foi o segundo título de uma semana dedicada ao terror, sendo os outros: QUE DEMÓNIOS SE OCULTAM NA ESCURIDÃO (Who Slew Auntie Roo), LUA VERMELHA (Asylum / House of Crazies), O ABOMINÁVEL DR. PHIBES (The Abominable Dr Phibes) e A LENDA DA CASA ASSOMBRADA (The Legend of Hell House).

Com muita pena minha, não recordo de haver nenhuma cena igual à ilustrada no cartaz, ou seja, era um cartaz enganador. Mesmo assim gostei do filme e, ao contrário do que pensava, não tinha nada a ver com cobras venenosas a matarem, estrangularem e comerem pessoas (a imaginação de um jovem de 13 é muito fértil), se bem que tinha os seus momentos do género.

Recorrendo ao IMDB para avivar a minha memória, que por acaso neste caso não está nada mal, o filme conta-nos a história de David, um jovem estudante à procura de emprego, contratado pelo Dr. Stoner para o ajudar nas suas experiências com cobras. Entretanto o moço apaixona-se pela filha do Dr., a bonita Kristina. O que ele não sabe é que o simpático Dr. inventou um soro que pode transformar um homem numa King Cobra e que planeia usar David como cobaia, ou será que até já começou a sua experiência?

O papel do Dr. Stoner era interpretado por Strother Martin um veterano de muitos westerns e de séries de televisão. A sua filha era interpretada por Heather Menzies, cujo papel mais conhecido era o de Louisa von Trapp em THE SOUND OF MUSIC e que voltaria ao terror no PIRANHA do Joe Dante. Por fim, no papel de David, tínhamos o bonitão do Dirk Benedict antes de se tornar famoso como o Tenente Starbuck na série BATTLESTAR GALACTICA e o Templeton “Faceman” Peck da série THE A-TEAM. Os três convenciam nos seus papéis e era uma pena ver ao que o acontecia ao pobre David.

Tenho ideia de que os efeitos especiais não eram muito bons, mas em termos de maquilhagem, a avaliar por algumas fotos que aqui partilho, era mais credível do que muito do que se faz hoje com CGI. Um dos responsáveis pela maquilhagem foi John Chambers, quem viria a ganhar um Óscar honorário pelo seu trabalho no PLANET OF THE APES e um prémio Saturn pela versão dos anos 70 do THE ISLAND OF DR, MOREAU (com Burt Lancaster e Michael York). Quanto ao realizador Bernard L. Kowalski, foi um nome importante da televisão, responsável por, entre outras, séries como BARETTA e MISSION: IMPOSSIBLE; quanto a filmes, só me recordo de ver na televisão o seu KRAKATOA: EAST OF JAVA, de que na altura gostei muito.

Nunca mais vi este SSSSSSS e não sei se sobrevive ao teste do tempo, mas pelo menos tinha uma história original e um casal de protagonistas simpáticos. Acho que é um daqueles filmes esquecidos no tempo, mas que até podia servir de tema a uma nova versão.



















Wednesday, January 24, 2024

A SEMENTE DO MAL (Amelia’s Children) de Rodrigo Moreno

A História: Um jovem americano descobre que a sua família biológica é portuguesa e que tem um irmão gémeo. Assim, com a sua namorada, vêm visitar a sua família num velho casarão no norte de Portugal, mas algo de estranho e malévolo os espera...

O Elenco: Um número reduzido de actores convence nos personagens, com Carloto Cotta a ir bem como os gémeos de personalidades diferentes e Brigette Lundy-Paine como a sua desconfiada namorada. Anabela Moreira é a estranha mãe, cuja última operação plástica não correu muito bem.

O Pior do Filme: A cena interminável em que a mãe dança com os gémeos.

O Melhor do Filme: O emocionante clímax.

Veredicto Final: Um bom filme do género que prende a atenção e me fez lembrar o cinema de terror italiano dos anos 70/80. Gostava que o realizador tivesse explorado mais o fabuloso casarão, bem como a história da bruxa de Goya, mas o filme tem tensão e atmosfera suficiente e Rodrigo Moreno parece-me ser um nome a seguir.

Classificação: 6 (de 1 a 10)




QUANDO O MAL ESPREITA (Cuando Acecha la Maldad/When Evil Lurks) de Demián Rugna

A História: Numa pequena vila, dois irmãos descobrem que um homem infectado por um demónio estás prestas a dar à luz o Mal. A sua tentativa de se verem livre do tal homem corre muito mal e é o caos.

O Elenco: Um bom grupo de, para mim, ilustres desconhecidos dão veracidade aos seus personagens, com destaque natural para Ezequiel Rodríguez e Demián Salomón como os irmãos.

O Pior do Filme: A ausência de cenas com o caos que, imaginamos, se instalou na vila.

O Melhor do Filme: A cena passada no teatro da escola, com as criancinhas, e a cena do cão a morder a menina.

Veredicto Final: Como fã que sou do sobrenatural, este é o tipo de filme de terror que eu gosto. A história é interessante e só tenho pena que não haja mais suspense. Mas é um filme forte e tenso, onde nem as criancinhas estão a salvo e onde paira a sombra do cinema de Lucio Fulci; é sujo, feio e peganhento!

Classificação: 7 (de 1 a 10)






ÁGUAS NEGRAS (Night Swim) de Bryce McGuire

A História: Uma família muda-se para uma nova casa, sem saberem que a piscina da mesma é habitada por uma força malévola que se vai apoderando do pai.

O Elenco: Wyatt Russell é fraquito como o pai possuído, mas Kerry Condon vai muito bem como a mãe de família que tem que lutar pela sobrevivência dos seus filhos.

O Pior do Filme: A sequência da festa da piscina é uma decepção, podia ter sido muito boa.

O Melhor do Filme: A cena em que a mãe tenta salvar o filho dos demónios da piscina.

Veredicto Final: Se a ideia de mergulharem numa piscina escura vos assusta, este filme não é para vocês. O realizador Bryce McGuire consegue tornar a piscina em algo ameaçador e a ideia de uma fonte de águas curativas que exige um sacrifício de vez em quando, tem a vantagem de ser original.

Classificação: 6 (de 1 a 10)




Sunday, January 7, 2024

THE SKULL AWARDS 2023










Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e temos que nos adaptar. Como sabem cada vez são mais os filmes que, em vez de estrearem nas nossas salas de cinema, têm a sua estreia nos serviços de streaming e nos clubes de vídeo do MEO e afins. Assim, as minhas escolhas abrangem ambos os mundos, sendo-me de todo impossível ver todos os títulos do género que por cá chegaram.

Em relação ao circuito comercial das salas de cinema de Lisboa, contei 54 estreias que, para mim, se englobam nos géneros Terror, Ficção Científica e Fantástico/Fantasia. Dessas estreias vi 39, cerca de 72%. Às 39 estreias que menciono, junto mais 22 filmes (num total de 61 filmes)  que ficaram disponíveis nos serviços de streaming ou clubes de vídeo

O filme mais distinguido é EL CONDE com 5 prémios, seguido de GUARDIANS OF THE GALAXY VOLUME 3 e INFINITY POOL com 3 prémios e, com 2 prémios:  EVIL DEAD RISE, RENFIELD, PEARL, THE NUN II e CERDITA.








OS MELHORES 12 FILMES DO GÉNERO DE 2023 (por ordem alfabética)