A História: Uma jovem noviça vai para um convento em Roma, sem saber que a igreja está a planear o nascimento do anticristo, na esperança que assim consigam ganhar mais seguidores para a sua religião, e que ela tem um papel importante nos seus planos.
O Elenco: Nell Tiger Free convence como a jovem noviça e está bem secundada por Sonia Braga, Bill Nighy, Ralph Ineson. Mas não há nenhuma interpretação digna de nota alta.
O Filme: Apesar de previsível, a história é interessante e prestava-se a ser uma boa prequela ao original, mas a ausência de suspense, o facto das mortes serem praticamente cópias das do filme original e a má montagem não ajudam. Algumas cenas arrastam-se sem necessidade, sem tensão e o final era dispensável. Acima de tudo, falta-lhe o sentido de sobrenatural do GÉNIO DO MAL (The Omen).
Vale a Pena Ver? É preferível verem o original de 1976 e as suas duas sequelas, mas o filme até que está a ser bem recebido, portanto o defeito deve ser meu.
Em Plymouth (que consta ser a cidade onde este feriado nasceu), os festejos do “Thanksgiving” (por cá chama-se “Dia de Acção de Graças” e que não dá direito a feriado) coincidem com a “Black Friday”. Um grande armazém da cidade é alvo de uma invasão de clientes que acaba em tragédia. Um ano depois, a cidade prepara-se para celebrar de novo o feriado, mas um psicopata começa a matar os responsáveis pela tragédia do ano anterior.
Lembram-se da dupla DEATH PROOF / PLANET TERROR que estreou em 2007 como GRINDHOUSE? Era uma sessão dupla de cinema B, que pelo meio tinha trailers de filmes que não existiam. Um desses filmes é este THANKSGIVING que agora ganha vida própria.
Para mim este é o melhor filme de Eli Roth (HOSTEL), que consegue captar aqui o espírito dos “slashers” dos anos 70/80 e fá-lo com humor. Os personagens abarcam praticamente todos os estereótipos do género, mas os actores são convincentes e dão-lhes vida com graça, diria mesmo com muito gozo. A história é igual a tantas outras, mas está bem estruturada, mantém o interesse desde o início, com alguns momentos de suspense e, sendo isto um filme de Eli Roth, não falta o gore em toda a sua glória, mas nunca gratuito.
Não é original, mas tem a vantagem de não ser nem uma sequela, prequela ou remake. Se são fãs do género como eu, vão-se divertir muito com esta honesta e sentida homenagem aos clássicos do “slasher”! A não perder!
Um segurança, cujo irmão foi raptado quando ele ainda era um miúdo, tem dificuldade em conseguir e manter trabalho, o que coloca em risco a custódia da sua pequena irmã. Desesperado, acabo por aceitar o turno da noite no Freddy’s, um restaurante/casa de jogos para crianças que encerrou as suas portas já há muitos anos, pois algumas crianças desapareceram no seu interior.
Não sou nada dado a jogos de computador, pelo que desconhecia completamente a existência deste até que ouvi falar do filme. Assim, sem puder fazer comparações com o jogo, achei graça ao filme. Sim, percebe-se que o público-alvo são os pré-adolescentes, mas isso não quer dizer que nós, os supostos adultos, não possamos passar umas boas quase duas horas de diversão na companhia do segurança, da sua irmã e, principalmente, dos assustadores animais robóticos do Freddy’s. Estes podiam ser muito mais aterrorizantes (eu nunca ficaria na mesma sala que eles) e o filme podia ser mais tenso, mas os personagens principais têm credibilidade e a ausência de gore não é um problema para mim. Não há dúvidas de quem irão ser as vítimas dos terríveis robôs, mas até sabe bem ver a forma como eles são tratados.
Quanto ao elenco, Josh Hutcherson (conhecido por ser o Peeta do THE HUNGER GAMES) está bem como o segurança caído em desgraça e obrigado a enfrentar os seus fantasmas. Também gostei de rever o louco Matthew Lillard e a cabra Mary Stuart Masterson no grande ecrã. Não é um grande filme, mas cumpre a função de entreter e só lamento que não assuste mais, pois tem os ingredientes necessários para o fazer.
Um grupo de amigos descobre uma espécie de mão embalsamada através da qual conseguem contactar o além. O que começa como uma simples brincadeira cheia de adrenalina, depressa se torna em algo mortalmente perigoso.
A ideia de objectos que nos ajudam a contactar o além não é nova, sendo o mais conhecido o tabuleiro Ouija, e já foi usada muitas vezes no cinema, mas neste novo filme os irmãos Danny & Michael Philippou conseguem dar-lhe uma nova “roupagem” e o resultado surpreendeu-me pela positiva.
Sim, não é original, tem pouco suspense e é previsível, mas consegue prender a nossa atenção, provocar alguns calafrios e a história está muito bem construída. Tem a grande vantagem de, contra o que seria de esperar, não se transformar num matadouro “gore” de adolescentes e tem um elenco bastante convincente. É provável que venha a ter sequelas, mas não precisa delas para nada. Se gostam de bom cinema de terror não percam!
O quarto filme dos seis que vi, mais ou menos seguidos, nas sessões da meia-noite do cinema Lumiar, foi também o meu primeiro “giallo”; claro que na altura não só não conhecia o termo, como não fazia a mínima do que o mesmo significava. Hoje em dia, praticamente todos sabemos que é um termo que serve para designar thrillers de mistério e terror “made in Italy”, onde há sempre jovens desnudadas, um assassino à solta e vários suspeitos.
Neste filme, uma bela loira (Barbara Bouchet) vai trabalhar como secretária para casa de um escritor (Farley Granger), mas na realidade o que ela pretende é investigar o que aconteceu à sua amiga/amante, que desapareceu sem rasto na mesmo cargo que ela agora exerce. Depressa se vê alvo da atenção sexual do escritor, bem como da sua esposa (Rosalba Neri), ao mesmo tempo que percebe que pode ser a próxima vítima do assassino.
Acho que, até então, nunca tinha visto tantas mamas num filme, mas a sua componente erótica assim “obrigava”. Quem não achou muita piada foram os meus pais que, juntamente com um casal de primos, me acompanharam nessas sessões. Mas do que me recordo melhor foi o filme me deixar os nervos em frangalhos com a sua forte componente de suspense e, claro, estava a torcer pela vida da jovem protagonista.
Não sei se o filme sobreviveu ao teste do tempo ou se será demasiado datado com o seu vibe anos 70, mas é uma sessão que recordo com saudade e tenho alguma curiosidade em revê-lo, ao mesmo tempo receio que isso possa matar esta bela memória cinéfila.
Finais do século 19, numa ilha isolada, dois homens têm como obrigação tomar contar do farol durante quatro semanas. Mas o isolamento e a presença quase sobrenatural das gaivotas não vai facilitar o seu trabalho.
Filmado num opressivo preto e branco a fazer lembrar o expressionismo alemão, estamos perante um filme de terror psicológico, a pender por vezes para o surrealismo. A realização de Robert Eggers tem um ritmo lento, num crescendo vagaroso de insanidade mental, violência e presságios.
Robert Pattinson e Willem Dafoe estão excelentes como os dois guardiões do farol, numa interpretação excessiva, que nos remete para os tempos do cinema mudo. A fazer-lhes companhia, umas gaivotas que parecem saídas do THE BIRDS do Hitchcock. Só aconselhável a verdadeiros fãs do género e a apreciadores de cinema “fora do baralho”!
Um grupo de convidados chega a uma ilha, onde lhes foi prometido que todas as suas fantasias se vão realizar, mas os resultados não são o que eles esperavam.
Não me recordo de ver a série de televisão, mas tenho ideia que era tipo comédia e que entrava um anão. Aqui não temos anão e o grau de comédia é baixo. O realizador Jeff Wadlow optou por uma abordagem de filme de terror, mas infelizmente esta é muito pouco negra e por vezes ridícula; a seu favor tem o facto de não ser chato. O elenco também não ajuda, é tudo muito limpinho e arrumadinho. É uma pena, pois o tema “dava pano para mangas”.
A História: Anos 60. Numas
instalações ultra-secretas, Elisa, uma criada de limpeza, cria uma forte relação
com uma criatura anfíbia que se encontra aprisionada. Ao saber que pretendem matar
a criatura, Elisa decide salvá-la.
O Filme: Faz muito tempo
que não me apaixonava tanto por um filme, mas é impossível resistir à magia
desta fabulosa história de amor! O grande Guillermo del Toro, dá-nos um filme
apaixonante, poético, nostálgico, que respira cinema clássico por todos os seus
poros.
Desde a onírica
abertura subaquática ao emocionante clímax, todos os pormenores são
cuidadosamente criados por del Toro e a excelente equipa que o acompanha. Não há
nada que não seja perfeito e o filme está recheado de momentos simplesmente
fabulosos, sejam românticos, dramáticos ou mesmo deliciosamente musicais.
A galeria de
personagens é inesquecível, com uma fantástica Sally Hawkins no papel da muda, apaixonada e sonhadora Elisa. Octavia Spencer é fabulosa como a sua melhor
amiga e Richard Jenkins um verdadeiro achado como o seu melhor amigo. Estes três
actores estão justamente nomeados para os Óscares. No papel do mau da fita,
Michael Shannon é verdadeiramente odioso e Michael Stuhlbarg é muito
convincente como o espião russo com consciência. Uma última palavra para Doug
Jones como a doce criatura.
A música de
Alexandre Desplat é mágica e todo o lado cénico do filme é brilhante, criando uma
fabulosa atmosfera de fantasia. É como se tratasse de um conto de fadas, que em
estilo me fez lembrar o LE FABULEUX DESTIN D’AMÉLIE POULAIN, mas que é também
uma maravilhosa carta de amor ao cinema, visualmente brilhante!
Del Toro escolheu
também uma série de “velhas” canções que trazem de volta a glória dos musicais
da FOX e das suas estrelas Alice Faye, Betty Grable e Carmen Miranda.
Para mim
este filme é puro êxtase e é dos melhores que vi nos últimos anos! Podem não
perceber o que me fez apaixonar por este filme, mas basta verem a cena em que
Elisa encontra a criatura na sala vazia do velho cinema, enquanto no ecrã
gigante passam cenas do THE STORY OF RUTH, ou quando ela e o seu melhor amigo
fazem um pequeno número musical sentados no sofá, para perceberem o que senti. Ou os inesquecíveis encontros de Elisa com a criatura no laboratório...
Vejam por vocês e
deixem-se arrebatar pela magia deste novo clássico do cinema! Obrigado
Guillermo del Toro! Simplesmente amei!
A História: Daniel, um jovem negro, vai passar o
fim-de-semana à casa dos pais de Rose, a sua noiva branca, e é muito bem-recebido
por eles. Mas há algo de estranho com os dois negros que trabalham em casa dos
futuros sogros.
Os Actores: Para mim era importante criar
empatia com Daniel Kaluuya, mas achei-o irritante, arrogante (com ar de quem
achava que todos os outros personagens eram estúpidos) e com um sorriso idiota.
No papel de Rose, Allison Williams não me convenceu como boazinha e a sua
personagem nunca chega a ganhar a força que devia ter. Catherine Keener vai bem
como a mãe e não é difícil acreditar que ela consiga hipnotizar pessoas com a
sua voz envolvente. Mas em termos de elenco, a melhor é Betty Gabriel, como a
criada, que tem uma cena muito boa em que sorri e chora ao mesmo tempo
O Filme: Um êxito surpresa nos Estados Unidos,
chega a nós com fama de ser um excelente filme de terror, talvez por isso eu
fosse à espera de mais e melhor. A história não é propriamente original (sem
querer revelar muito, trouxe-me à memória o THE SKELETON KEY) e falta-lhe
suspense. O facto de ser previsível também não ajuda muito e ninguém tem
dúvidas que, por detrás dos sorrisos abertos da família e dos amigos de Rose,
algo de estranho e perigoso se passa. O melhor é mesmo o ar de estranheza que
Jordan Peele consegue imprimir ao filme e um ou dois momentos inquietantes. O
final é um bocado antí-clímax, sem surpresas ou momentos de grande tensão. É verdade,
o filme não é mau, mas fiquei decepcionado. No entanto, é de louvar que tenham
feito um filme de terror que não é um remake ou sequela de outro título do
género.